segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Videntes conseguem provar seus poderes quando testados em laboratório?
Videntes conseguem provar
seus poderes quando testados em laboratório?
A convite da Merseyside
Skeptics Society (Sociedade dos Céticos de Merseyside), duas médiuns
profissionais aceitaram participar de um teste de laboratório em que poderiam
demonstrar seus poderes mediúnicos.
O desafio consistia em
descrever características de cinco voluntários aleatórios que se sentavam (em
silêncio, vale acrescentar) atrás de uma tela opaca. Das dez descrições, apenas
duas estavam corretas.
“Embora tenham demonstrado
confiança ao longo do experimento, nenhuma delas conseguiu fazer mais de uma
leitura correta, um resultado totalmente consistente com a probabilidade”, diz
o professor Chris French, que ajudou a elaborar o desafio. “É uma pena que não
tenham passado, mas ficamos bastante satisfeitos por elas terem aceitado
participar”.
Mediunidade à prova
Embora tenha sido apenas
uma em cinco, a descrição feita pela médium Kim Whitton deixou a modelo
surpresa: “Ela mencionou muito especificamente algo em que eu estava pensando
bastante durante a sessão, ela acertou no ponto, nome e tudo o mais. Isso me
chocou um pouco”, relata a voluntária.
Whitton tem mais de 15
anos de experiência como médium e curandeira, e aparece regularmente em igrejas
espiritualistas em Londres e arredores. Foi a primeira vez em que testou
cientificamente sua mediunidade.
“Eu sempre quis participar
de um teste como esse, já que gostaria de criar uma ‘ponte’ entre energia
psíquica e ciência”, conta a médium. “Os céticos precisam perceber que você não
pode ver, ouvir e sentir tudo como se fosse matéria sólida com os olhos,
ouvidos e corpos humanos. Médiuns usam toda uma parte do cérebro que não é
devidamente desenvolvida no homem comum. No todo, eu realmente gostei da
experiência”.
A outra participante,
Patricia Putt, aceitou em 2009 o desafio proposto pela Fundação Educacional
James Randi, que oferece 1 milhão de dólares (cerca de R$ 2 mi) a quem
demonstrar em laboratório poderes paranormais. Não chegou a se classificar.
Em relação ao teste mais
recente, Putt não ficou abalada. “Eu lamento por ter aparentemente falhado, mas
não estou tão surpresa”, conta. “Eu gostaria de apontar que o trabalho que faço
é sempre cara a cara, por isso trabalhar ‘às cegas’ é extremamente difícil para
o médium”.
Ceticismo
“Embora os resultados do
nosso experimento não refutem habilidades paranormais, o fato de que nossos
médiuns não puderam passar no que consideraram um teste bastante simples e
justo sugere que alegações de que essas habilidades existem não são baseadas na
realidade”, diz Michael Marshall, vice-presidente da Merseyside Skeptics Society.
“É notável que, depois de centenas de anos de investigações, ninguém foi capaz
de demonstrar a habilidade de entrar em contato com os mortos”.
Para o cientista Simon
Singh, que ajudou a elaborar e conduzir o teste, a alegada mediunidade estaria
relacionada com uma capacidade intuitiva de captar pistas daqueles que procuram
os serviços do médium. “Eu suspeito que pessoas como Pat e Kim são intuitivas e
de modo subconsciente captam dicas sutis, como a linguagem corporal, pistas
verbais e outras. Isso dá uma ilusão de poderes paranormais”, sugere.
Whitton, por sua vez, nega
essa explicação. “Eu não uso pistas verbais ou linguagem corporal em minhas
leituras como mencionado por Simon Singh, uma vez que apenas peço que a pessoa
me dê seu nome completo e nada mais e que fique em silêncio enquanto eu recebo
informações sobre ela”.
Michael Marshall, Kim Whitton, Simon Singh, Patricia Putt e Chris French
hypescience.com
Por Guilherme de Souza em 8.11.2012
Manipulação da opinião pública através da mídia – segundo Chomsky.
Manipulação da opinião
pública através da mídia – segundo Chomsky
Manipulação da opinião
pública através da mídia – segundo Chomsky
Linguista genial, filósofo
desconcertante e ativista político no mínimo polêmico, Avram Noam Chomsky,
nascido em Filadélfia em sete de dezembro de 1928 tem seu nome associado à
criação da gramática ge(ne)rativa transformacional e evidentemente à célebre
Hierarquia de Chomsky, que versa sobre as propriedades matemáticas das
linguagens formais.
Além de seu premiadíssimo
trabalho acadêmico, tanto como professor quando pesquisador em linguística,
Chomsky tornou-se muito conhecido pela defesa de suas posições políticas de
esquerda — descrevendo-se como socialista libertário — bem como por seu
corrosivo posicionamento de crítico contumaz tanto da política norte-americana
quanto de seu uso da comunicação de massa para manipular a opinião pública.
Em uma de suas frases de
efeito, Chomsky afirma que “a propaganda representa para a democracia aquilo
que o cacetete (ou repressão da polícia política) significa para o estado
totalitário”.
Em seu livro A Manipulação
do Público, em coautoria com Edward S. Herman, Chomsky aborda este tema com
profundidade apresentando seu modelo de propaganda dos meios de comunicação,
documentado com numerosos estudos de caso, extremamente detalhados.
Um viés social pode ser definido
como inclinação ou tendência de uma pessoa ou de um grupo de pessoas que infere
julgamento e políticas parciais e, portanto, injustas para uma sociedade tida
como um sistema social integral.
A abordagem de Chomsky
explicita esse viés sistêmico dos meios de comunicação, focado em causas
econômicas e estruturais, e não como fruto de uma eventual conspiração criada
por algumas pessoas ou grupos de pessoas contra a sociedade.
O modelo denuncia a
existência de cinco filtros, gerados por esse viés sistêmico, a que todas as
notícias são submetidas antes da publicação. Filtros, que combinados distorcem
e deturpam as notícias para o atendimento de seus fins essenciais.
1.o Filtro — PROPRIEDADE:
A maioria dos principais meios de comunicação de massa pertence às grandes
empresas.
2.o Filtro —
FINANCIAMENTO: – Os principais meios de comunicação obtém a maior parte de sua
renda, não de seus leitores, mas sim de publicidade (que, claro, é paga pelas
grandes empresas).
Como os meios de
comunicação são, na verdade, empresas orientadas para lucro, o modelo de Herman
e Chomsky prevê que se deve esperar a publicação apenas de notícias que
reflitam os desejos, as expectativas e os valores dessas empresas que os
financiam.
3.° Filtro — FONTE: As
principais informações são geradas por grandes empresas e instituições.
Consequentemente os meios de comunicação dependem fortemente dessas entidades
como fonte de informações para a maior parte das notícias. Isto também cria um
viés sistêmico contra a sociedade.
4.° Filtro — PRESSÃO: A
crítica realizada por vários grupos de pressão que procuram as empresas dos
meios de comunicação, atua como uma espécie de chantagem velada, para que os
grandes meios de comunicação de massa jamais saiam de uma linha editorial
consoante com seus interesses, muitas vezes à revelia dos interesses de toda a
sociedade.
5. Filtro — NORMATIVO: As
normas da profissão de jornalista calcadas nos conceitos comuns comungados por
seus pares, muitas vezes estabelece como prioritário a atenção ao prestígio da
carreira do profissional (proporcionalmente ao salário).
Prestígio esse obtido pela
veiculação de determinada notícia, sempre em detrimento do efeito danoso à
sociedade oriundo da manipulação dos fatos (por exemplo, o sensacionalismo) com
o objetivo de atender o mercado ( e também, novamente proporcionar prestígio
tanto ao profissional quanto ao canal noticiante, como dito antes).
A análise de Chomsky
descreve os meios de comunicação como um sistema de propaganda descentralizado
e não conspiratório, mas mesmo assim extremamente poderoso.
Tal sistema é capaz de
criar um consenso entre a elite da sociedade sobre os assuntos de interesse
público estruturando esse debate em uma aparência de consentimento democrático
que atendem aos interesses dessa mesma elite. Isso ocorrendo sempre à custa da
sociedade como um todo.
Para os autores o sistema
de propaganda não é conspiratório porque as pessoas que dele fazem parte não se
juntam expressamente com o objetivo de lesar a sociedade, mas, no entanto, é
isso mesmo que acabam fazendo, infelizmente.
Chomsky e Herman testaram
seu modelo empiricamente tomando pares de eventos que são objetivamente muito
semelhantes entre si, exceto que um deles se alinha aos interesses da elite
econômica dominante, que se consubstanciam no interesse das grandes empresas, e
o outro não se alinha.
Eles citam alguns de tais
exemplos para mostrar que nos casos em que um “inimigo oficial” da elite
realiza “algo” (tal como o assassinato de algum líder, por exemplo), a imprensa
investiga intensivamente e devota uma grande quantidade de tempo à cobertura
dessa matéria.
Mas quando é o governo da
elite ou o governo de um país aliado que faz a mesma coisa (assassinato de um
líder ou coisa ainda pior) a imprensa minimiza e destorce a cobertura da
história.
E ironicamente, tal
prática é muito bem aplicada à maior parte dos escritos políticos de Chomsky ,
que têm sido ignorados ou distorcidos pelos detentores dos meios de comunicação
mundiais.
Chomsky aponta também em
seus estudos algumas estratégias usadas pelos donos do poder para realizar uma
verdadeira “manipulação mental” feita através dos meios de comunicação, mas
isso já é assunto para um próximo artigo.
hypescience.com
Por Mustafá Ali Kanso em
25.11.2013
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Ter um parceiro fiel é como ganhar na loteria?
"Tampar o sol com a
peneira é a pior forma de evitar que o seu parceiro não te traia"
É fato e não podemos mais
negar, conseguir um parceiro fiel se tornou quase impossível, "é como
ganhar na loteria".
Por que será que homens e
mulheres traem tanto?
Obviamente estamos numa
época em que as pessoas estão bem mais liberais e, além de tudo, perdidas.
O avanço da mulher no
quesito relacionamento e liberdade sexual estão causando uma igualdade em
relação à traição. Diversas pesquisas apontam que o número de mulheres que
traem é comparável ao número de homens: situação que causa grande desconforto
numa sociedade ainda machista demais.
Cinco fatores que levam o
parceiro a trair
1º) Pura monotonia
Algumas pessoas que traem
dizem que não há nada a reclamar sobre o parceiro fixo, a traição apenas se
torna parte de uma vida um pouco monótona, levando a pessoa a buscar momentos
rápidos de sexo e carinho com pessoas diferentes. Essas pessoas quando
questionadas sobre culpa, dizem não sentirem-se com qualquer remorso e acham
que apenas dessa forma conseguem segurar um relacionamento fixo, sem cair na
monotonia e até dizem que as brigas se tornam mais escassas.
2º) Baixa autoestima
A baixa autoestima que
algumas pessoas sentem possa levá-las à traição para sentirem-se com uma
sensação de poder e alívio frente à sensação de sentir-se rejeitadas e não tão
valorizadas pelo parceiro. Estar com outra pessoa é uma forma de elevar a
autoestima.
Geralmente essas pessoas
não conseguem traçar diálogos para a resolução dos problemas, colocando na
traição a solução para todos os seus problemas internos.
3º) Carência afetiva
Muitas vezes buscar outro
parceiro não é querer variar no sexo, é querer receber carinho quando está se
sentindo carente com o parceiro fixo. A carência afetiva faz com que a busca
por sexo com outras pessoas seja constante, é um disfarce, ao invés de conversar
com o parceiro ou mesmo se separar a pessoa se envolve com outros para tapar os
buracos da desilusão.
4º) Vingança
É muito comum a traição
por vingança, essas pessoas se sentem melhor ao "dar o troco", gostam
da sensação de "olho por olho, dente por dente".
Muita gente acha que
apenas as mulheres traem por vingança, mas os homens também tem esse hábito.
5º) Curiosidade ou impulso
Pessoas mais impulsivas e
imaturas costumam trair e colocam a culpa "nos hormônios", mas querem
apenas variar; sentem a curiosidade pelo novo e não conseguem se controlar
diante de paqueras e insinuações de pessoas desconhecidas.
Geralmente são pessoas muito
imaturas no quesito emocional.
O importante é manter a
disciplina do diálogo sincero, tampar o sol com a peneira é a pior forma de
evitar que o seu parceiro não te traia.
Por Tatiana Ades.
www2.uol.com.br
Paquerar através de apps é saudável?
"Tudo no mundo
acontece muito rápido e a tecnologia contribui para essa agilidade. Nos
relacionamentos, os aplicativos para smartphones trazem ainda mais rapidez”.
A realidade tecnológica é
fato: traz rapidez ao mundo dos negócios, para o trabalho, estudos e
principalmente para os relacionamentos.
Mais do que avaliar se é
saudável ou não, o uso intenso dessa tecnologia nos possibilita observar se
estamos usufruindo a mesma de forma adequada. E, como tudo na vida, essas
ferramentas têm seus prós e contras.
Cabe a cada um avaliar e
refletir sobre que papel fará uso de tal recurso, para que viva atualizado,
porém sem que isso interfira ou prejudique outras vivências.
Paquerar via apps
Prós:
- Amplia a possibilidade
de conhecer mais pessoas, bem como conhecer melhor seus contatos apresentados
por amigos ou estabelecidos a partir das redes sociais;
- Facilita a aproximação
para aqueles que têm dificuldade em se expor ou que sejam tímidos;
- Facilita uma aproximação
ou acompanhamento do outro, o que pode favorecer o afeto e um consequente
relacionamento amoroso;
- Descobertas de
afinidades por meio de áreas de interesse ou de situações compartilhadas.
Contras:
- A rapidez em conhecer ou
se relacionar com pessoas podem torná-las descartáveis: afinal, se hoje conheço
ou converso com duas pessoas, amanhã poderei conhecer, conversar e 'ter' cinco;
- Aumentar a dificuldade
de se estabelecer relações presenciais ou mesmo de falar sobre assuntos
simples, bem como sobre os próprios sentimentos e emoções;
- Tornar-se um vício, no
qual a pessoa só se relacione dessa forma, ou seja, via aplicativo e que não se
sinta confortável com o encontro presencial. Assim ela passa a se alimentar de
um mundo idealizado que a impede de viver no mundo real, no qual toda pessoa
terá certamente virtudes e defeitos.
Reconhecer a possibilidade
de utilizar de forma inadequada um recurso, nem sempre é o suficiente para
mudar um comportamento. Por isso, devemos sempre estar atentos a nós, como
naqueles com quem nos relacionamos. Não devemos nos referenciar apenas pelas
nossas ideias, o outro é sempre importante quando falamos de relacionamento
amoroso. Portanto, nada mais saudável do que o olho no olho com um bom papo e
companhia agradável. Nada jamais substituirá duas mãos unidas e um beijo
prolongado.
Por Eduardo Yabusaki
www2.uol.com.br
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
O que a má postura faz com o seu corpo e sua mente.
O que a má postura faz com
o seu corpo e sua mente.
Frequentemente reclamamos
e ouvimos colegas se queixarem de dor nas costas, mas nos esquecemos de que, na
maior parte dos casos, somos nós mesmos os responsáveis por esse desconforto.
Agora, enquanto está lendo
este texto em frente ao computador, você está sentado de maneira correta? Já
parou para pensar em quanto a má postura afeta seu rendimento?
O diretor médico do Centro
para Medicina e Estilo de Vida no Instituto do Bem-Estar Clínico em Cleveland
(EUA), Mladen Golubic, conta quais os cuidados necessários e os problemas que a
má postura pode trazer.
Grau ideal do conforto.
Um estudo norte-americano
realizado em 1999 concluiu que a posição ideal para sentar era entre um ângulo
de 110° a 130°. Porém, uma pesquisa escocesa, publicada em 2007, apresentou
outro resultado: para evitar as dores nas costas, o correto era se inclinar
para trás em um ângulo de 135°. O Dr. Golubic, no entanto, afirma que, embora
interessantes, nem todas as pessoas se adaptam a estas posições precisas.
Passar o dia sentado faz
mal.
Síndrome da Morte
Sedentária: o termo, adotado pelo Conselho de Aptidão Física e Desportos, serve
para classificar os inúmeros pacientes que passam longas horas do dia sentados
e desenvolvem doenças crônicas graças a este estilo de vida. “Há estudos sobre
a Síndrome da Morte Sedentária que mostram que, ao permanecer sentado por
muitas horas, independente da posição, as chances de dores lombares, colesterol
alto, diabetes e obesidade aumentam consideravelmente”, relata o médico.
A posição perfeita.
Você sabia que a
eficiência da respiração está diretamente ligada à postura corporal? “Sentar
ereto e relaxado expande o peito e permite uma absorção maior de fôlego, o que
aumenta a energia e o foco”, garante Dr. Golubic. Para quem deseja tentar, o
especialista ensina uma técnica: sentar afastado da parte traseira da cadeira,
com os pés firmemente apoiados no chão. Para quem tem dificuldades de
lembrar-se do cuidado com a postura, o médico recomenda colocar um ponto azul
nas telas dos computadores, para que, ao olhar, o paciente sente-se
corretamente e respire profundamente, de forma a aliviar a dor.
Corcunda.
Quando estamos sentados, é
comum que os ombros acabem ficando para baixo e a coluna um pouco curvada, em
uma postura corcunda que, além de prejudicial, dá uma aparência de depressão e
desmotivação. Para Dr. Golubic, essa rotina de postura errada faz com que, dia
após dia, os músculos enfraqueçam e todo o esqueleto mude. “Além disso, ao
sentar com a postura correta, psicologicamente até sua atitude melhora”.
Dor antes, melhorias
depois.
Para quem não está
acostumado a sentarem-se na postura correta, as primeiras tentativas podem
causar dor na região lombar, o que, de acordo com o médico, indica que a coluna
necessita de um trabalho de reforço. E uma das maneiras de conseguir isso é com
a ioga, pois envolve tanto o aprendizado de respiração quanto de postura correta
para sentar.
Ande
“Como você se senta é
menos importante do quanto tempo você se senta”, adverte Dr. Golubic. Ele
aconselha que pessoas que trabalham ou permanecem muito tempo sentadas durante
o dia tentem levantar sempre que possível, seja para tomar água ou um
cafezinho, fazer reuniões com os colegas ou até receber chamadas de telefone.
“Se não puder andar, ao menos se estique”, diz.
[The Wall Street Journal]
hypescience.com
Por Ana Claudia Cichon
Cientistas descobrem um simples truque para enganar a depressão: boa postura.
Cientistas descobrem um
simples truque para enganar a depressão:
boa postura.
O modo como as pessoas
cuidam do corpo é fundamental para manter uma boa saúde física e mental. Já é
bastante conhecido o fato de que exercícios físicos ajudam a combater a
depressão. Uma nova forma de evitar esse problema é também manter uma boa
postura.
Em um novo estudo
publicado na revista Biofeedback, o professor de saúde Erik Peper relatou que
manter a postura ereta reflete em melhores níveis de humor e energia.
A boa postura, assim como
o exercício físico, permite biologicamente que sejamos mais felizes e tenhamos
mais energia. A saúde da coluna reflete em qualidade de vida e evita problemas
de saúde como a depressão.
Erick Pepper pediu que 110
voluntários caminhassem por um corredor com e sem boa postura e depois com a
coluna ereta.
Quando os voluntários
classificaram seus níveis subjetivos de energia, os que caminharam de maneira
preguiçosa e sem postura disseram que sua energia havia diminuído. Já os que
andaram com boa postura disseram que o nível de energia havia aumentado.
Os voluntários também
foram avaliados quanto a seus níveis de depressão. Os mais deprimidos
geralmente relatavam níveis mais baixos de energia andando com má postura do
que as pessoas não depressivas.
Por isso, se você tem ou
conhece alguém com depressão, uma boa dica é procurar fazer atividades físicas,
e manter sempre uma boa postura.
Além de aumentar a
autoestima, um estilo de vida saudável ajuda a manter boas condições físicas e
psicológicas.
[MedicalXpress/Biofeedback Health
hypescience.com
Por Stephanie D’Ornelas.
A caverna de cada um.
A caverna de cada um.
Em uma de minhas recentes
palestras sobre o método científico fiquei surpreso ao constatar que boa parte
de minha jovem e seleta plateia não recordava (ou nunca ouvira falar) da
célebre alegoria conhecida como “O Mito da Caverna” apresentada pelo filósofo grego
Platão no Livro VII de sua obra “A
República”.
A princípio fiquei
desconcertado; depois refleti que deveríamos oferecer aos nossos filhos um
complemento diário de Filosofia (principalmente Filosofia da Ciência) seja
através da boa literatura, ou valendo-se de pesquisas em conjunto da
bibliografia disponível hoje na internet.
Penso que esse seja um
maravilhoso adendo aos contos de fadas. Além de despertar a imaginação, faz um
provocativo convite à reflexão.
Que tal contar essa
parábola a seus filhos?
A alegoria da caverna,
também conhecida como parábola da caverna, mito da caverna ou prisioneiros da
caverna, faz uma comparação metafórica sobre a tomada de realidade que cada um
deve realizar.
Parte do pressuposto de
que existe um grupo de prisioneiros acorrentados em uma caverna, de costas para
a única abertura que se comunica com o mundo exterior.
Tais prisioneiros que ali
nasceram e ali cresceram, são obrigados, por conta de seus grilhões, a olhar
para uma grande parede à sua frente. E é por meio das sombras projetadas nessa
parede que recebem as informações sobre os acontecimentos externos à caverna.
Pelas paredes da caverna
também ecoam os sons que vêm de fora e que, relacionados ao movimento das
sombras, faz com que os prisioneiros interpretem tais informações como sendo a
própria realidade.
Supondo que um dos
prisioneiros consiga se libertar de seus grilhões e saia da caverna. Ele descobrirá que a realidade supera em
muito suas simples projeções.
Caso ele decida voltar à
caverna para revelar aos seus companheiros de cativeiro o que descobriu,
encontrará, segundo Platão, muitas dificuldades: desde o de não ser levado a
sério e ignorado até o de ser tomado por louco e inventor de mentiras — coisa
que poderia colocar em risco sua própria vida.
Nessa alegoria fica clara
a intenção de Platão em buscar a essência das coisas para além do mundo
sensível e identificar historicamente o papel de seu mestre Sócrates na
política de sua época.
Um personagem da caverna,
que por acaso se liberte, tal como Sócrates, correria o risco de ser morto por
expressar seu pensamento e querer mostrar aos de sua época um mundo totalmente
diferente do que era visto pelo senso comum, tão acorrentado a crenças,
preconceitos e ideias enganosas e, por isso tudo, inertes em suas poucas
possibilidades.
O questionamento base, ao
que me refiro, também bebe nessa mesma fonte filosófica, pela ótica de outro
grande gênio, Francis Bacon, o pai da ciência moderna em seu Idola Specus
(ídolos da caverna).
No Idola Specus Francis
Bacon nos apresenta a ideia de cada pessoa possui sua própria caverna, na qual
interpreta e distorce a realidade projetada, valendo-se da penumbra particular
de suas crenças e preconceitos.
Tal versão particular da
verdade na qual se acorrenta por sua própria vontade, é acarinhada por seu ego
ao ponto de ser tida como única e indiscutível.
Daí ele colocar sempre um
definitivo ponto final nas coisas que caberiam com muita facilidade uma simples
interrogação.
Nas palavras de Nietzsche
— seria a convicção a pior inimiga da verdade? Muito mais que a mentira?
Ou não?
Por Mustafá Ali Kanso em
18.11.2013
hypescience.com
domingo, 17 de novembro de 2013
Paixões Dominantes.
O
pensador de Auguste Rodin, representação clássica de um homem imerso em
pensamentos.
Paixões dominantes.
"... paixão
significa, em seu sentido originário, aquilo que vem de fora e nos toma".
Quando ouvimos falar em
paixões dominantes, logo pensamos em seres apaixonados, em paixões que tomam
inteiramente nossas vidas, tornando-se o foco principal de nossa existência.
Pensamos em grandes e envolventes relacionamentos, em histórias das grandes paixões
humanas, que são narradas nos livros e filmes.
Em filosofia clínica,
Paixões Dominantes é um dos tópicos da Estrutura de Pensamento, que envolve não
somente a ideia comum de paixão, mas sua ideia originária.
Vinda do termo grego
pathos, assim como a palavra patologia, a palavra paixão significa, em seu
sentido originário, aquilo que vem de fora e nos toma.
A origem comum entre
patologia e paixão nos faz pensar: o que há em comum entre elas?
Do sentido originário, o
comum está no fato de sermos tomados por elas de modo que tal que possuem a
capacidade de dominar nosso existir, de sermos envolvidos a ponto de nossas
ações serem determinadas, muitas vezes, por elas.
Ao mesmo tempo em que são
vistas como capazes de gerar maravilhas na história da humanidade, as paixões e
as patologias também podem ser geradoras de muito sofrimento, de destruição, de
guerras. Não são, portanto, boas ou más em si. Apenas são um dado possível em
nosso existir.
Há quem viva por uma única
grande paixão, há quem tenha várias paixões na vida, e há também aqueles que
jamais se apaixonaram ou, ainda, os que estiveram por alguns momentos
apaixonados, mas vivem a maior parte de suas vidas sem paixões. Apesar de
algumas pessoas defenderem que as grandes paixões são necessárias para a vida,
é possível que alguém viva muito bem sem elas, dada a diversidade de nossas
necessidades. Como isso se dá para você, leitor?
O interessante nas paixões
é o fato de que não são os objetos geradores das paixões a questão, mas o
efeito provocado em nós. Por exemplo, você já esteve apaixonado por alguém a
ponto de suas ações serem em função dessa pessoa? Não foi a pessoa que provocou
essa reação em você, mas a afetação, a paixão que lhe moveu. Já esteve
apaixonado por uma ideia, por um projeto? Não foi a existência da ideia que lhe
determinou as movimentações, mas o quanto você foi afetado ou não por essa
ideia.
Apaixonado por repulsa
Outro dado interessante de
se observar é que nem sempre o "estar apaixonado" significa uma
espécie de encantamento ou um desejo de realização. Podemos ser afetados por
ideias que não desejamos, ou projetos que execramos, ou por pessoas que nos
causam repulsa, e ainda assim, estarmos "apaixonados". Ou seja, as
afetações nos tomam de modo tal que, ainda que não desejemos que execremos que
haja repulsa, somos movidos por nossas paixões.
No tópico Paixões
Dominantes, em filosofia clínica, o ponto a ser observado é a frequência com
que uma ideia domina nossos pensamentos, sentimentos e ações. Por exemplo,
alguém que pense em futebol ou política, ou qualquer outro assunto, com muita
frequência, poderá ter tal assunto como Paixão Dominante; alguém que pense em
outro alguém com muita frequência, poderá ter essa pessoa como Paixão
Dominante; alguém que se preocupe com uma questão frequentemente, poderá tê-la
como Paixão Dominante, e assim sucessivamente. Você tem Paixões Dominantes?
Quais são elas?
Ter uma Paixão Dominante
não é, em princípio, algo bom ou ruim. Por exemplo, o sujeito que pensa em
futebol o dia inteiro, que traz o futebol para a conversa sempre que possível,
pode ter isso como uma característica, e ela em nada atrapalhar ou auxiliar sua
existência.
Outro sujeito, que tenha a
mesma característica, pode dar peso tal a ela que se torna preso à sua Paixão
Dominante, não se permitindo pensar, sentir e fazer outras coisas que possam
ser necessárias a ele. Outro, ainda, pode unir sua Paixão Dominante a uma
busca, ou a um contexto favorável, e encontrar nela a forma para impulsionar
suas realizações. Ou seja, é preciso observar o peso, o papel e as interações
das Paixões Dominantes com os outros elementos da vida de cada um. Qual é o
peso de suas Paixões Dominantes, se você as tiver? De que maneira a presença ou
ausência de tais Paixões interfere em seu cotidiano? O que você pensa, faz,
sente em função dessa Paixão Dominante?
Em casos extremos, uma
Paixão Dominante pode se tornar um grande problema. Por exemplo, se a pessoa
tem como Paixões Dominantes ideias extremamente pessimistas - não me refiro
aqui a dados de realidade observáveis, que indiquem a possibilidade das coisas
não darem certo; refiro-me a ideias sem um fundamento concreto, que habitam os
pensamentos da pessoa - suas ações poderão ser definidas por tal pessimismo,
impedindo a realização de muitos de seus projetos.
Um medo, como Paixão
Dominante, poderá, dependendo de seu peso, seu papel e suas interações, impedir
a movimentação existencial da pessoa, levando-a, inclusive, a estados de
pânico. Observe que, ainda que o medo tenha uma função importante em nosso
existir, tê-lo como Paixão Dominante poderá ser um problema. Ressalto aqui que
não se trata de apontar medo, pessimismo, ou quaisquer outras características
como ruins, apenas indicar que, dependendo do peso, do papel e das interações
com o todo da existência de cada um de nós, o impacto de uma Paixão Dominante
poderá ser um fator fundamental em nosso modo de ser, sentir, pensar e agir.
Como uma Paixão Dominante
se origina? Não há como saber sem observar a historicidade de cada um. Há
Paixões Dominantes que se originam no contexto de nascimento, no convívio
familiar, no desenvolvimento de uma atividade. Outras são originadas por
agendamentos, ou seja, por coisas que nos foram ditas e que incorporamos.
Outras possuem origem na junção de outros dados, tais como, por exemplo,
pré-juízos, emoções, buscas, etc. Você consegue identificar a origem de suas
Paixões Dominantes, se as tiver?
Como lidar com as Paixões
Dominantes é a grande questão e, como tudo em Filosofia Clínica, não há uma
resposta única para fazê-lo. É preciso, antes de qualquer coisa, compreender a
gênese, o peso, o papel e as interações de uma Paixão Dominante com os demais
elementos da existência e, diante do quadro apresentado, encontrar as melhores
formas para lidar com elas. Seja evidenciando, diminuindo o peso, impulsionando
buscas, provocando cautela, ou qualquer outro caminho a ser trilhado, o
importante é que a forma de lidar seja compatível com suas necessidades e
possibilidades, assim como com as necessidades e possibilidades do mundo a sua
volta.
Monica Aiub
é Filósofa Clínica e
Mestre em Filosofia da Mente (UFSCAR-www2.uol.com.br
Para saber mais:
AIUB, M. Como ler a
Filosofia Clínica: Prática da autonomia de pensamento. São Paulo: Paulus, 2010.
_____. Para entender
Filosofia Clínica: O apaixonante exercício do filosofar. Rio de Janeiro: WAK,
2004.
Vícios e virtudes, uma escolha.
"Segundo Aristóteles,
o homem que age de acordo com o princípio intelectivo vai solidificando o
hábito de agir sempre de modo correto sem pender para os excessos ou as faltas
que, segundo ele, são os vícios. Esse se mantém firme no justo meio (meio-termo)".
Aristóteles conceitua as
virtudes, dividindo-as em duas: as intelectuais e as morais. A primeira nasce e
progride graças aos resultados da educação. Portanto, leva tempo e demanda
experiência; enquanto a segunda, é o resultado do hábito (ethos), que imprime
em nós capacidade de praticar atos justos.
Para o filósofo, nosso
caráter é formado a partir da repetição dos atos progressivos por meio do
hábito, pois somos capazes de praticar bem aqueles atos que já fizemos antes, e
eles podem ser aperfeiçoados tanto para melhor ou para pior. Com o hábito,
adquirimos as virtudes morais e nos tornamos virtuosos pelo exercício, assim
como os homens tornam-se justos praticando a justiça.
São as disposições
viciosas ou virtuosas que constituem um caráter. Somos todos responsáveis por
nossos atos, assim como também pelos nossos vícios. Somente aqueles indivíduos
que têm suas atividades conforme a virtude se tornará virtuoso e, assim,
atingem sua finalidade humana, sendo que o fim humano consiste, portanto, na
busca da sabedoria.
O bem maior realizável
para o homem é aperfeiçoar-se enquanto homem.
A infelicidade humana
advém da ausência de virtude, pois aquele que pratica atos injustos não
alcançará seu objetivo final por tender sempre para os pontos extremos
(vícios), ficando além do meio-termo que é uma virtude.
Segundo Aristóteles, o
homem que age de acordo com o princípio intelectivo vai solidificando o hábito
de agir sempre de modo correto sem pender para os excessos ou as faltas que,
segundo ele, são os vícios. Esse se mantém firme no justo meio (meio-termo). A
virtude moral é uma virtude ética adquirida pelo hábito. A educação é o modo
correto de adquiri-lo, daí a necessidade de praticar ações conforme a virtude e
por escolha voluntária por toda a vida e não somente em alguns momentos.
Somente aquele que pratica
atos voluntários age justamente, pois o homem virtuoso deve agir por escolha e
de modo voluntário. Aquele que age de acordo com o princípio intelectual,
cumpre por meio de escolhas que são traduzidas em ações. Somente a escolha está
em nosso poder e por ser uma escolha somos os responsáveis pelas consequências.
Segundo Aristóteles,
desejamos sempre aquilo que está ao nosso alcance. Portanto, somos responsáveis
por praticar tanto os atos nobres como os atos vis. A virtude moral é um
meio-termo entre dois vícios que envolvem excesso e a deficiência. A escolha
está ligada à virtude. Assim, podemos escolher o que iremos nos tornar. E para
que nos tornemos bons devemos desde o início praticar o Bem. Do mesmo modo
quando decidimos mal, tal ato será mau, pois o que dirige a escolha é o caráter
individual do sujeito que põe em prática tal ato que pode ser bom ou mau.
Por Samanta Obadia
www2.uol.com.br
Ética e Vício.
Ética e vício
O conceito de vício é um
conceito extremamente mal entendido em nossa sociedade. O conceito clássico de
vício teve suas bases lançadas por Aristóteles, em sua Ética a Nicômaco, sendo
desenvolvido no livro iota da Metafísica. Segundo Aristóteles, os atos humanos,
pela repetição, criam em nós uma espécie de segunda natureza, mediante a qual
nós realizamos determinadas coisas sem esforço notável da vontade.
A isso
Aristóteles chamou de hábito. Assim, por exemplo, quem durante anos se
acostumou a acordar cedo da manhã, adquiriu este hábito e já não necessita mais
fazer violência contra a própria vontade para agir desse modo.
Os hábitos
humanos, em geral, são neutros, mas podem adquirir conotação moral, determinada
pela finalidade com a qual são praticados. Os hábitos cuja conotação moral é
boa, Aristóteles os chamou de virtude, sendo que seu contrário, isto é, os
hábitos cuja conotação moral é negativa, o estagirita os classificou na lista
dos vícios.
Coragem, temperança, liberalidade, prudência, gentileza, são, entre
outros, exemplos de virtudes para Aristóteles, pois quando o homem habitua-se,
pelo exercício contínuo, a agir dessa forma, já o faz quase naturalmente, sem
esforço notável da vontade.
Em contrapartida, a covardia, a insensibilidade, a
avareza, a moleza e a indiferença são típicos exemplos vícios, segundo a
conceituação da ética clássica: o homem vicioso pratica esses atos reprováveis
sem fazer esforço nenhum para tanto. Resumindo: os atos humanos, pela
repetição, transforma-se em hábitos, que podem elevar-se nas virtudes ou
degenerar-se nos vícios.
A dependência química em
uma determinada substância, ou o hábito de consumir determinado produto não é,
por si mesmo, um vício. O que determina a moralidade dos hábitos é sua
conotação moral e não a frequência de sua repetição ou a necessidade química ou
psicológica por ela causada. Um portador de câncer depende quimicamente de
muitas substâncias e não pode ser acusado de ser “viciado” nelas. Um soldado
que, durante uma guerra, precisou tomar morfina e, terminada a guerra, já não
consegue mais largar a substância, está na mesma situação: é absurdo acusá-lo
de ser um “viciado”. A palavra vício tem, sempre, uma conotação moral negativa
e não poder ser usada indiscriminadamente.
Alguém que fuma diariamente ou consuma
bebidas alcoólicas com certa frequência (sem o intuito consciente e deliberado
de obliterar a razão), não é viciado nisto. Um hábito não é necessariamente um
vício. Os vícios são intrinsecamente maus, pois têm relação com a moralidade
dos atos humanos, determinados pela sua finalidade. Também o causar mal à
própria saúde não pode ser critério para determinar virtude ou vício, desde que
esse mal não seja desejado consciente e deliberadamente.
Os fumantes,
normalmente, não fumam com intuito de prejudicar a própria saúde, mas fumam por
outros motivos secundários: a finalidade do fumante ao acender seu cigarro não
é causar em si um câncer de pulmão, motivo pelo qual o hábito de fumar não pode
ser considerado um vício, segundo o conceito clássico.
O conceito que normalmente
observamos as pessoas empregarem à palavra vício é uma deturpação do seu
verdadeiro sentido. A consequência trágica disso é o embotamento do senso moral
das pessoas, que são levadas por essa tendência politicamente correta de
considerar certos hábitos neutros como negativos. Assim, é normal um
antitabagista militante sentir-se orgulhoso de sua própria opinião infundada,
sendo que o tabagismo não é um vício, mas o orgulho vão é um defeito grave de
caráter.
Em outras postagens, pretendo desenvolver mais o tema, exemplificando
melhor e argumentando em favor da ética clássica, baseada na finalidade dos
atos e não em convenções arbitrárias coordenadas pela mídia, ou por campanhas
de massificação promovidas pelos governos.
Para terminar conto uma
anedota que ilustra o tema, atribuída a Churchill. Conta-se que o General
Montgomery, grande líder militar inglês, um dos principais generais aliados
durante a Segunda Guerra Mundial, estava sendo homenageado pela brilhante
vitória sobre o Marechal Rommel, da Alemanha nazista, na histórica batalha
entre as divisões blindadas nos desertos africanos. Quando usou da palavra,
Montgomery teria dito:
- Eu não fumo, não bebo, e
sou herói!
Churchill, com o fino
senso de humor que lhe era tão peculiar, ouviu o discurso e retrucou,
resmungando da poltrona:
- Eu fumo, bebo, e sou
chefe dele! (Churchill fumava um charuto atrás do outro e, conta-se, tomava
meia garrafa de uísque por dia)
alemdoordinario.blogspot.com.br
sábado, 16 de novembro de 2013
Meu amigo, minha vida.
Meu amigo, minha vida.
Nada na vida é tão bom do
que ter pessoas com quem se pode contar. Aquelas que sempre que a gente
precisar vão estar por perto e com certeza irão ter aquela palavrinha de
conforto.
Temos nossos pais é claro,
mas existem outras pessoas que, não sei,
parece ser mais fácil de
compartilhar alguns assuntos, alguns momentos.
Essas pessoas são o que
muitos dizem ser a família que nos permitiram escolher, ou seja, os amigos.
São com eles que
aprendemos grandes lições, conquistamos muitos caminhos, enfrentamos inúmeros
desafios, criamos coragem, começamos etapas na nossa vida. São eles que estão
por perto em determinados momentos onde ninguém mais poderia estar a não ser
eles.
Com os amigos, superamos
barreiras, aprendemos a amar de uma forma diferente, de querer bem e estar bem.
Amigos são pessoas maravilhosas que por mais que apareçam os problemas, lá
estão eles conosco, junto, passando por cima de tudo.
É lógico que nem todos os
amigos são assim, afinal de contas, existem amigos e amigos. Tem aqueles de
determinadas horas, ocasiões, dias, épocas, enfim, existem vários tipos de
amigos. Mas o que cito aqui é o amigo você.
Aquele com quem me sinto
bem quando esta por perto aquele que me passa segurança apesar de às vezes não
parecer. Aquele que por mais que haja brigas, sempre fica do lado quando
precisa. Aquele que de alguma forma não dá pra esquecer de jeito nenhum. Aquele
que esta junto nas horas mais importantes da minha vida.
Aquele com quem, a cada
dia que passa, aprendo mais e me sinto muito melhor. Aquele com quem quero
estar para o resto de meus dias, mesmo que um dia eu vá para longe ou vice
versa. Aquele que sempre que acontece algo de novo, quero que seja a primeira
pessoa, a saber.
Aquele que, por mais que
eu viva mil anos, jamais sairá da minha mente e principalmente do meu coração.
Aquele que eu gosto que eu admire que eu confie que eu ajudo quando precisa, que
me ajuda quando preciso que eu brigo quando a ou não motivos que me abriga.
Aquele de quem eu nunca,
nunquinha, vou esquecer. Aquele que não importa a situação ou a hora em que me
encontre, sabe que sempre vai poder contar comigo, para o que der e vier.
Aquele que eu simplesmente amo pelo fato de já fazer parte da minha vida e por
me fazer ter vontade de continuar a viver, por mais que a vida pra mim já não
signifique nada em alguns instantes, pois com você, a vida tem sentido e como
já diria Shakespeare, me faz ver que eu tenho sentido diante da vida.
Não quero te perder, pois
amigo como você, com certeza me sinto bem quando esta por perto aquele que me
passa segurança apesar de às vezes não parecer. Aquele que por mais que haja
brigas, sempre fica do lado quando precisa. Aquele que de alguma forma não dá
pra esquecer de jeito nenhum. Aquele que esta junto nas horas mais importantes
da minha vida.
Aquele com quem, a cada
dia que passa, aprendo mais e me sinto muito melhor. Aquele com quem quero
estar para o resto de meus dias, mesmo que um dia eu vá para longe ou vice
versa. Aquele que sempre que acontece algo de novo, quero que seja a primeira
pessoa, a saber.
Aquele que, por mais que
eu viva mil anos, jamais sairá da minha mente e principalmente do meu coração.
Aquele que eu gosto que eu admiro que eu confio, que eu ajudo quando precisa,
que eu brigo quando a ou não motivos.
Não quero te perder, pois
amigo como você, com certeza não encontrarei ao atravessar a rua. Um amigo que
me faz ver tudo e todos de todas as formas. Que me faz enxergar o que há de bom
e que abre meus olhos para que eu não cometa delitos. Um amigo assim não é todo
mundo que tem.
Deus te pôs no meu caminho
e não foi por acaso. E agradeço sempre a Ele por isso, pela chance que me deu
ao fazer com que você atravessasse meu destino, pois agora que você pisou nele,
tenho certeza que tão logo não sairá e que ainda temos muito que viver juntos.
Amigo é como bichinho
doente, ou cuidamos com carinho, ou perdemos para sempre. E prometo que
tentarei ao máximo fazer com que isso não aconteça, mas se um dia acontecer,
não se apavore, estarei do teu lado e em pouco tempo estaremos juntos
novamente, e a cada dia minha existência terá mais valor com você a meu lado,
pode estar certo disso.
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Posso ser amigo de um ateu?
Debater é uma arte
essencial para aqueles que lidam com questões acadêmicas. Prefiro mil vezes um
debate que não chegue a uma conclusão a uma conclusão que dispense um debate.
Conclusões que não foram exaustivamente discutidas são como soluções vazias para
um problema que nem foi sistematizado. Neste processo, é muito importante que
haja espaço para boas discussões. Veja, eu disse “boas” discussões.
É uma pena
que certos comportamentos belicosos tenham dado à palavra discutir um novo
sentido semântico que não tinha nada a ver com aquele original de quando o
termo foi criado. Só para que se saiba “discutir” vem do latim discutere (dis,
separação + quatere, quebrar). O sentido original era quebrar, sacudir,
abalar.
Era isso o que os médicos
romanos faziam com as plantas para produzir um medicamento. Eles quebravam e
sacudiam as raízes para separar a terra e verificar as que eram ou não fortes o
bastante para servir de remédio. Em virtude dessa prática, discutir também
adquiriu um sentido adicional de “curar”.
Originalmente, portanto,
“discutir” seria pegar um assunto e agitá-lo, até ele se dividir em partes
menores e se desprender daquelas que seriam periféricas. Assim, ele fica mais
fácil de ser digerido, pois não podemos compreender tudo de uma só vez.
É por isso
que, em qualquer discussão, todos os envolvidos parecem ter sempre um pouco de
razão: cada um só vê a parte que lhe interessa, a do outro é sempre a terra a
ser desprendida ou o pedaço de raiz que não serve para nada. O importante,
portanto, numa discussão, é superar a tendência partidarista e usar as partes
“sacudidas” para se alcançar, senão o consenso, pelo menos o respeito por
aquele que discorda de nossa opinião.
Seria a busca por esse
respeito uma utopia? Bem, somando a ideia de que “a esperança é a última que
morre” ao fato de que sou um homem de fé, ainda acredito que é possível
discordar com respeito. E vou mais além: é possível ser amigo de alguém de quem
você discorda profundamente? Também creio que sim.
Veja o que aconteceu
comigo: perdi a chance de falar num fórum na Unicamp e isso me deixou muito
chateado, muito mesmo! Não concordei com a postura assumida por alguns
professores. Mas vejam o presente que ganhei de Deus (isso mesmo, “de Deus”;
lembre-se de que quem escreve acredita nEle): ganhei três novos amigos, uma
antropóloga canadense, um matemático e um físico – esses dois últimos se
empenharam ativamente pelo cancelamento do fórum. Um deles é o físico Leandro
Tessler, cujo nome está circulando como elétrons nas redes sociais. Espero não
ter errado na comparação, mas antes isso que dizer “circulando como azeitona na
boca de um velho” (rs).
Mas, falando sério, como
pode existir amizade numa situação dessas? Podem um crente e um ateu se
tornarem amigos? Ora, se o que eu acredito for verdade, eu e o Leandro somos
filhos de um mesmo Deus. Se o que ele diz for verdade, também somos todos
parentes por ter uma ancestralidade comum. Logo, no frigir dos ovos,
independentemente do modelo adotado, somos todos irmãos. Então, por que se
comportar como se fôssemos um bando de porcos-espinhos numa noite de inverno?
Devemos ser mais evoluídos do que isso!
Dá, sim, meus amigos, para
discordar com classe. Dizer que o professor Leandro é academicamente desonesto
não ajuda na argumentação. Pelo contrário, é tão ofensivo quanto supor que eu
esteja sorrateiramente entrando na Unicamp, como um lobo disfarçado de ovelha
para convencer os alunos da “perigosa” doutrina do criacionismo. Noutras
palavras: eu também seria desonesto!
Ambos, ele e eu, somos
muito honestos com nossa linha de pesquisa, mesmo que cheguemos a conclusões
diferentes sobre algumas coisas da vida. O professor Leandro foi muito cortês
no almoço que tivemos e não vi motivos para duvidar da idoneidade dele. Ao
contrário do que alguns supõem do caráter de um ateu, ele não pediu
“criancinhas ao molho pardo” e eu também não pedi alfafas.
Ele não é canibal e
eu não sou burro. Somos dois pensadores tentando entender a vida e o sentido de
nossa existência. Temos todas as respostas? É claro que não! Mas as estamos
buscando. Cada um a seu modo. Ele me deseja um “bom culto” quando digo que vou
para a igreja. E eu digo que “orarei por ele”. Não há ironias, nem desaforos,
apenas respeito um pelo outro, sem desconsiderar os pontos nos quais
discordamos.
Como cristão, eu tenho de
entender que não sou dono da verdade e não sei tudo sobre Deus. E como dizia
uma velha canção católica: “às vezes quem duvida e faz perguntas é muito mais
honesto do que eu”. Deus é menos ofendido pela sinceridade de um ateu do que pela
hipocrisia de um santo. É claro que meu desejo é que um dia o Leandro acredite
em Deus.
E se isso não ocorrer? Que me importa? Pela evolução ou pela criação
ele continua sendo meu irmão e merece meu respeito. Devemos defender com paixão
aquilo no qual acreditamos, mas alguns preferem defender com “raiva” e isso não
é nada bom!
(Rodrigo Silva é graduado
em teologia e filosofia, doutor em teologia e doutorando em arqueologia
clássica pela USP)
Nota: O texto acima foi
publicado simultaneamente no blog Cultura Científica, de Leandro Tessler.
criacionismo.com.br
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Chefe é chefe – uma reflexão fabulosa!
Chefe é chefe – uma
reflexão fabulosa!
Um dos fundadores da
sociologia, o economista alemão Max Weber, conceitua o poder como sendo toda a
probabilidade de impor a própria vontade numa relação social, obstante qualquer
resistência e independentemente do fundamento dessa probabilidade.
Um dos exemplos mais
simplórios e também um dos mais anacrônicos do exercício do poder está
manifestado no membro administrativo de algumas corporações, com grau
hierárquico executivo identificado simplesmente como “o chefe”.
“O chefe” é o personagem
muitas vezes caricato que, encarnando o detentor de alguma forma de poder, tem
muitas vezes seu grau de hierarquia oficializado por títulos sugestivos, tais
como coordenador, gerente, diretor, supervisor, etc.
Independentemente do
título, ser chefe é ter acesso privilegiado às informações e às decisões, e
também a outros instrumentos administrativos que viabilizam o exercício desse
poder, tais como a promoção e a demissão de seus subordinados, por exemplo.
No Brasil das corporações
anacrônicas é comum se ouvir nos bastidores:
- O chefe tem sempre
razão!
- Manda quem pode – e
obedece quem tem juízo!
E por aí vai.
A infelicidade de tal
prática, onde chefe é chefe e subordinado é subordinado (sendo a diferença
muito nítida também no montante dos salários) geralmente está acompanhada pelo
autoritarismo de uma parte e a subserviência da outra.
Talvez uma herança atávica
do feudalismo, o exercício do micro poder diário das chefias nos convida a um
questionamento filosófico também sobre o exercício diário da ética, que se
traduz, na interpretação de muitos filósofos modernos, como sendo simplesmente
o exercício da moral.
Muitos chefes possuem um
poder circunstancial. Mandam mas não lideram.
E talvez por falta dessa
mesma liderança ameacem, intimidem e se transmigrem amiúde na versão
tragicômica de pequenos tiranos.
Em síntese: um rato que
ruge.
E o que é pior, é que
muitos desses chefes tiranos brotaram do plano comum de seus subordinados.
Quando então promovidos
simplesmente “mudam de lado”.
Talvez porque na maioria
das corporações onde exista um chefe tirano, também existam subordinados que
trabalhem direito apenas quando contam com uma “severa” supervisão.
Flagra-se, portanto, a
carência de moral, tanto de uma parte como de outra.
Qual é a solução?
Melhorando-se o
subordinado, transformando-o em colaborador se melhoraria também a chefia?
Ou trocando-se um chefe
por um verdadeiro líder, a coisa toda mudaria de figura?
Será?
Ou é do indivíduo que
temos de falar – antes de mais nada?
Para concluir este artigo
e suscitar essa fabulosa reflexão – quero apresentar aqui minha releitura
recorrente de uma das “Fábulas Fabulosas” de Millôr Fernandes:
“O rato que tem medo”
A história é bem simples.
Um rato que depois de muito sofrer pede para um grande mágico transformá-lo em
um gato. Não suportava mais ser perseguido e intimidado.
Nem bem foi transformado,
ironicamente, passou a perseguir todos os ratos que encontrou. Porém, com
inédita crueldade e efetiva precisão. Afinal conhecia com propriedade o modus
operandi destrutivo dos ratos.
Viveu satisfeito até
encontrar um cão – que então o persegue.
Implora mais uma vez para
que mágico o transforme, dessa vez em um cão, e assim, por efeito da magia vai
subindo sucessivamente a escala zoológica até chegar na iminência de ser
transformado em ser humano.
Nessa passagem, o mágico,
numa peripécia o transforma novamente num rato.
- Mas por que voltei a ser
rato? – pergunta o animal, transbordando
frustração.
É com a sabedoria típica
das fábulas que o Grande Mágico responde:
- De que adiantaria para o
mundo mais um Homem com “coração de rato”!
Por Mustafá Ali Kanso em
22.04.2013 as 1:53
hypescience.com.
DO TRIGO ÀS CEREJEIRAS – UMA RÁPIDA REFLEXÃO
DO TRIGO ÀS CEREJEIRAS –
UMA RÁPIDA REFLEXÃO
Tenho defendido a
importância da educação científica no Brasil, principalmente no que tange a
busca por soluções determinantes, tais como a erradicação da miséria, das
doenças endêmicas, bem como a defesa e conservação do ambiente natural, só para
citar aqui alguns poucos exemplos.
Entendo que é através do
conhecimento científico e tecnológico que alternativas serão encontradas para
se realizar o tão propalado crescimento sustentável, bem como, a extensão dos
benefícios do progresso tecnológico para toda a população.
Busco demonstrar que o
analfabetismo científico, a exemplo de todo o analfabetismo, é historicamente
destrutivo, à medida que põe por terra todo o esforço para a melhoria da
qualidade de vida de todos nós.
Entre os casos mais
gritantes, podemos enumerar a título de exemplificação, no item “depredação
ambiental”:
poluição de mananciais;
consumismo desenfreado;
descarte irregular de
lixo;
instalação de esgotos clandestinos,
desperdício de alimentos e
de água;
exaustão de recursos
naturais;
etc.
Coisa que uma população
educada cientificamente não faria.
No entanto, não sou
ingênuo a ponto de pensar que só ciência e tecnologia seriam suficientes.
Esse processo passa pela
famosa educação de base: uma educação que contemple todos os aspectos do
indivíduo, incluindo aí a concepção de uma conduta ética voltada ao bem comum.
Por outro lado, sabemos
que a maioria de nossa população luta diariamente pelo simples direito de
sobreviver.
É terrível admitir essa
dura realidade, mas cerca de quarenta milhões de brasileiros não conseguem ter
sequer três refeições por dia.
E se falarmos então sobre
o acesso à água tratada, ao saneamento básico, à energia elétrica ou à saúde —
ou a já citada educação de base — o quadro é simplesmente desesperador.
Isso em pleno século XXI.
Como discutiremos nossos
ideais tão elevados se a realidade das diferenças sociais no Brasil é ainda uma
ferida aberta?
Percebo a indiferença de
alguns, que até se justificam, pois tem a clara convicção de que os mais pobres
estão nessa situação por que simplesmente não querem trabalhar.
Será?
Tenho viajado muito por
esse Brasil — e o que mais tenho visto, desde as primeiras horas da manhã, são
terminais de trens, metrôs, ônibus, etc. lotados. Apinhados. Um mar de pessoas embarcando
nessas conduções.
Quem serão eles? Seriam
esses os mais ricos do Brasil?
E para onde estarão indo,
assim tão cedo? Para a praia, para o clube?
Ironia à parte, através dos
dados da ONU pode-se constatar que a jornada de trabalho brasileira está entre
as maiores do mundo, ao mesmo tempo, que o respectivo salário figura entre os
menores. Por quê?
Outro dado alarmante:
O trabalhador brasileiro
está entre os menos nutridos do mundo.
Abrindo um parêntesis:
É evidente que existe
gente desonesta, preguiçosa e aproveitadora.
Mas isso não é
exclusividade dos mais pobres.
Eu quero chamar a atenção
a esse processo de reflexão, que cada um deve realizar dentro de si mesmo,
quando condena a todos pelo mau exemplo de alguns.
Fechando o parêntesis:
Cada vez que falo em
educação científica me recordo que a miséria é ainda a principal causa mortis
das crianças do meu país — simplesmente não me conformo.
Como prodigalizar às
nossas crianças o pão do espírito — que é a educação — se o pão do corpo lhe é
ainda negado?
— Lembrando sempre que o
trigo antes de virar pão precisa ser cultivado.
Também é uma saída fácil
atribuir a exclusiva culpa e responsabilidade ao governo, afinal eu pago meus
impostos para que esses problemas sejam resolvidos.
Todo o mês é descontado
27,5% do meu salário. Isso sem contar IRPF, IPTU, IPVA, etc. etc. etc. (e mais
os impostos embutidos em todos os serviços e produtos que consumo).
Qual é a parte que me cabe
nesse latifúndio?
Entra governo, sai governo
e o quadro desesperador persiste.
E mesmo ficando indignado,
mesmo indo às ruas protestar, mesmo votando consciente, mesmo cumprindo com
todas as minhas obrigações sociais, isso não tem atenuado o sofrimento da
maioria da nossa população.
Como dizia Betinho: – Quem
tem fome tem pressa.
Então, qual é a solução?
Um dos caminhos que eu
encontrei é o de unir minha força de trabalho ao de outras pessoas que, assim
como eu, resolveram fazer alguma coisa e não apenas reclamar.
[Sim! Existem muitas
pessoas assim no Brasil. Inclusive em sua cidade, basta procurar].
São voluntários que doam
algumas horas de seu mês para trabalhar pelos mais necessitados. Temos médicos,
dentistas, professores, engenheiros, operários, donas de casa, e tantos outros
cidadãos, todos unidos em torno desse mesmo ideal.
Tenho encontrado uma
chance de fazer parte da solução, e, sinceramente acredito que só a sociedade
civil organizada em uma democracia tem essa liberdade.
Evidentemente uma coisa
não exclui a outra.
Continuo lutando por meus
ideais, seja nas urnas, seja participando de protestos nas ruas, seja no
exercício pleno de minhas funções sociais como profissional e como cidadão.
Mas entendo que posso
fazer mais um pouco, enquanto estiver por aqui.
Algo que tenha
transcendência.
Mesmo que seja construir
um pequeno regato perante o oceano da eternidade.
Mas como diz um grande
amigo que atua no voluntariado há mais de vinte anos.
É como plantar uma
cerejeira.
É bem provável que você
nunca se sentará à sua sombra ou colherá de seus frutos.
É um simples gesto de
generosidade às gerações futuras.
Por Mustafá Ali Kanso em
11.11.2013 as 0:30
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